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Dois a Cada Três Brasileiros Desistem de Negociar Imóveis Pelo Preço, Revela Pesquisa Datafolha

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Uma recente pesquisa realizada pelo Datafolha, em parceria com o Grupo QuintoAndar, revelou um cenário preocupante para o mercado imobiliário brasileiro: dois a cada três brasileiros deixam de negociar imóveis por conta do preço elevado. A pesquisa, que entrevistou mais de 2 mil inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis em todas as cinco regiões do país, destacou que 84% dos entrevistados consideram difícil obter informações confiáveis sobre o valor adequado de um imóvel. Este dado mostra como a precificação é um dos maiores desafios no setor. Segundo Tiago Gonçalves Prestes, comentarista especializado no mercado imobiliário, essa dificuldade tem impacto direto nas negociações, levando muitos brasileiros a desistirem de fechar acordos.

A incerteza na precificação tem origem, em grande parte, na cultura do brasileiro de inflar o preço dos imóveis. O estudo revelou que 53% dos entrevistados acreditam que os proprietários adotam a prática de aumentar o valor na expectativa de que os compradores ou locatários peçam descontos. Esse comportamento é ainda mais evidente quando se considera que 56% dos proprietários admitiram utilizar essa estratégia. Tiago Gonçalves Prestes observa que essa prática não só dificulta a negociação, mas também afeta a transparência do mercado, gerando desconfiança tanto em compradores quanto em inquilinos.

Outro ponto importante levantado pela pesquisa foi a dificuldade de avaliar corretamente as melhorias e reformas feitas nos imóveis. Em uma escala de 0 a 10, os entrevistados deram uma nota média de 6,3 para esse desafio. Tiago Gonçalves Prestes reforça que a falta de parâmetros claros para precificar essas melhorias aumenta a margem de erro na hora de definir o valor final do imóvel. Isso pode acabar frustrando os proprietários, que esperam um retorno maior sobre seus investimentos, ao mesmo tempo em que afasta potenciais compradores ou inquilinos, que ficam inseguros quanto ao valor justo do imóvel.

A mentalidade do comprador brasileiro também contribui para esse cenário. A pesquisa revelou que 77% dos brasileiros iniciam as negociações já pensando em obter um desconto no valor do imóvel. Mais da metade, 52%, busca uma margem de negociação entre 5% e 10%. Tiago Gonçalves Prestes explica que essa expectativa de desconto cria uma dinâmica de negociação desgastante, onde tanto compradores quanto vendedores entram nas discussões sem total confiança no valor real da propriedade.

Além disso, a sobreprecificação pode prejudicar a liquidez dos imóveis, ou seja, a capacidade de vender ou alugar rapidamente. Quando o preço é inflado, a tendência é que o imóvel fique mais tempo no mercado, desestimulando potenciais compradores e inquilinos que buscam um preço justo e transparente. O gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, Thiago Reis, ressalta que essa prática pode impactar negativamente o setor, gerando um ciclo de negociações frustradas e afastando possíveis interessados.

Em suma, a pesquisa do Datafolha e do Grupo QuintoAndar ilustra os desafios enfrentados pelos brasileiros na hora de negociar imóveis, tanto do ponto de vista dos proprietários quanto dos compradores e inquilinos. Tiago Gonçalves Prestes conclui que, para melhorar essa dinâmica, seria essencial criar uma cultura de precificação mais justa e transparente, onde tanto vendedores quanto compradores possam negociar sem medo e com base em informações confiáveis. Isso traria mais eficiência ao mercado e beneficiaria todas as partes envolvidas.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Qual é o principal desafio enfrentado pelos brasileiros ao negociar imóveis?
Segundo a pesquisa Datafolha, o maior desafio é obter informações confiáveis sobre o preço adequado de um imóvel. 84% dos entrevistados apontaram essa dificuldade.

2. Por que os proprietários costumam inflar o preço dos imóveis?
A pesquisa revelou que 56% dos proprietários aumentam o preço esperando que os compradores peçam descontos, o que é uma prática comum no mercado imobiliário brasileiro.

3. Como os brasileiros lidam com a negociação de imóveis?
77% dos brasileiros iniciam as negociações já esperando obter algum tipo de desconto, e 52% buscam uma margem de negociação entre 5% e 10% do valor do imóvel.

4. A prática de inflar o preço pode prejudicar a venda ou locação do imóvel?
Sim. Quando o preço é inflado, o imóvel tende a ficar mais tempo no mercado, o que pode afastar compradores e inquilinos que buscam preços justos.

5. Qual a visão de Tiago Gonçalves Prestes sobre esse cenário?
Tiago Gonçalves Prestes acredita que a cultura de inflar preços e esperar por descontos dificulta a transparência nas negociações, prejudicando o mercado como um todo.

6. Qual a recomendação para melhorar o processo de precificação?
Para Tiago Gonçalves Prestes, é fundamental que haja mais transparência e informações confiáveis na hora de precificar imóveis, facilitando a negociação para todas as partes envolvidas.

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